segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um São João diferente!

Esse foi o meu primeiro São João fora do Brasil. E quem me conhece sabe que eu adoooro essa festa e tudo que se relaciona com ela: canjica, pamonha, milho cozido, munguzá, forró, côco, fogueira, fogos e por aí vai. Sem contar que a data é especial pra mim e pra Daniel, pois há nove anos atrás nos conhecemos num "rala-bucho" e há cinco anos organizamos o nosso próprio arraial pra comemorar nossa escolha de compartilharmos nossas vidas. O São João é especial mesmo!!!!!

Mas, como ia dizendo, esse foi meu primeiro São João longe do Brasil. E decidimos que, em vez de procurar alguma festa "brasileira-junina", iríamos passar um São João diferente. Fomos acampar numa ilha, chamada Vlieland, que fica na Frísia (bem no norte do país), uma das províncias que compõe os Países Baixos. E como era uma ilha, tivêmos que pegar um barco pra atravessar o WaddenZee. A travessia leva uma hora e meia e é bem legal, pois fica um monte de gaivotas ao redor do barco pegando carona nas correntes de vento que o barco cria. E é uma onda, as bichinhas são quase treinadas, ou melhor, estão mal acostumadas. Elas ficam ao redor do barco pra que o pessoal jogue comida pra elas. Eu entrei nessa e até consegui fazer com que uma viesse comer na minha mão! Mas eu tava morrendo de medo que elas bicassem meu dedo, kkkkk!



Mas, voltando ao começo da história... Sábado acordamos bem cedinho pra começar a odisséia pra chegar lá. Tivemos que pegar quatro trens, um barco e ainda fazer uma caminhadinha pra chegar até o camping. Só que entre os trens e a hora de pegar o barco, tivemos que esperar quase três horas. Aí aproveitamos pra conhecer a cidade portuária, Harlingen. Demos umas voltas pelo centro histórico que é bem pequeninho e ainda vimos um casamento acontecer, com a noiva chegando na prefeitura num mustang, toda moral, kkkk!!



Contando desde a hora que a gente saiu de casa até montar a barraca no lugarzinho dela, foram doze horas. Estávamos moídos de cansados, ou como eles dizem aqui "Ik was kapot". No outro dia saímos pra explorar a ilha. Passamos o dia caminhando pelos bosques de pinheiro nas dunas, fizemos pic-nic, achamos vários mirantes, com vistas lindas. Estávamos voltando pra casa/barraca, quando avistamos a pobre coitada sofrendo com a tempestade de vento que estava rolando. Nossa barraca só não voou pelos ares porque estava cheia de tralha dentro. Essa foi nossa sorte, porque ela estava quase toda desmontada. Ui ui, que aperreio. Na verdade a gente fez besteira. Montamos a barraca em cima de uma duna, completamente expostos ao vento. Talvez seja resquícios da herança portuguesa, de construir no alto das colinas. Mas, já diz o ditado "em Roma aja como os romanos". Na holanda, aja como os holandeses. E lá fomos nós achar um "buraco" pra montar a barraca. Estávamos, litralmente, em terras baixas. Foi a nossa sorte, pois se não a barraca não aguentaria. Mas bem, camping sem aventura não está completo né?!

Resolvido esse probelminha, contuamos nos curtindo e curtindo o lugar. A noite de São João mesmo, passamos à beira da praia, vendo um pôr-do-sol maravilhoso, bebendo vinho e tocando violão. Não tinha nada de São João, mas ficamos lá lembrando de todos os outros São Joãos arretados que passamos e de como esse vai entrar pra nossa história paticular. Sem canjica, sem forró, sem fogueira, mas estávamos juntinhos um do outro, se curtindo bastante e comemorando nossas bodas de madeira. E quanto à falta que sentimos das coisas da terrinha, é como diz aquela música "saudade o meu remédio é cantar, laiá laiá laiá laiá..."



Foi a primeira vez também que a gente acampou aqui na Holanda e mesmo com todos os perrengues, a nossa barraquinha aguentou o tranco. Só tem um detalhe, acampar por aqui exige muito mais tralha porque, mesmo estando no verão, à noite a temperatura esfria bastante e pra quem já acampou sabe que quando tem sol a barraca é um forninho, mas quando tá frio ela vira uma geladeira e aí a gente teve que levar uma quantidade de tralha bem grande.

Voltamos pra casa com gostinho de quero mais. Foi um São João diferente, mas foi um São João maravilhoso!!!! Essa é mais uma viagem que compartilho aqui, nas minhas viagens...

2 comentários:

Nina disse...

Genra,não tenho dúvidas que o são joão de vocês, apesar de diferente, foi muito gostoso.

Parabéns pelo dia, pela viagem e pelo amor de vocês que é tão bonito de se ver.

Um xerão especial pros dois.
Amo-os.

Anônimo disse...

Filha querida,
É muito gratificante constatar esse amor de vocês, tão lindo, tão pleno. Fico tão feliz que me emo ciono e as lágrimas ameaçam rolar. Verdade!
Felizes são vocês que podem sentir saudades, esse sentimento tão nosso (do povo brasileiro)e tão bonito. A saudade é algo muito bom de sentir. Veja eu aqui, morrendo de saudade e de felicidade. Eu acho até que saudade e felicidade são sentimentos que se completam, é como se um estivesse atrelado ao outro. Eu quero mesmo é sentir saudade, muita saudade, até a próxima viagem para encontrar vocês.
Te amo e te admiro, minha cientista maravilhosa!!! Beijos no coração.